O Brasil já teve, entre seus
nomes de batismo, o de Terra dos Papagaios, que em latim soava muito bonito: terrae
papagalli.
Mas teve como bem sabemos o
nome de Ilha de Santa Cruz, Terra de Vera Cruz e por fim, o nome da madeira que
se tornou o objeto da cobiça das nações europeias pela tintura rubra que
produzia, Brazil.
Tivemos uma evolução
histórica suis generis para um país
construído do nada. Muitas vezes vemos incautos brasileiros defendendo que o
Brasil era dos índios. Temo que tal não seja uma verdade histórica.
Quando os portugueses aqui
aportaram, encontraram mais de 3.000 diferentes nações indígenas, todas em luta
umas com as outras e nenhuma delas tinha sequer a noção da dimensão continental
da terra que ocupavam. Outra falácia é a de que viviam em harmonia com a
natureza. Para começar a natureza não vive em harmonia, mas em conflito
constante, numa luta desenfreada pela vida, pelo alimento, pela segurança.
Nossos índios viviam ainda
na Idade da Pedra Lascada porque as escolhas civilizacionais que fizeram
estavam marcadas para fracassar como tentativa de evolução tecnológica, e
assim, queimavam e destruíam florestas, exploravam a terra até a exaustão e
quando não mais era possível plantar alimentos de subsistência, invadiam novas
terras e repetiam o processo.
Neste vagar pela terra dos
papagaios estavam sempre em conflito aberto com seus irmãos de matriz linguística
e os assavam, principalmente os mais valentes e bravos para incorporar as qualidades
de seu espírito guerreiro.
Depois, muito depois,
criou-se uma língua geral na terra, misturando elementos tupi, gê e
portugueses, donde o surgimento do nhengatu, que sobreviveu até a reforma
pombalina de 1755, quando então o português se impôs como a língua oficial do
vasto território unido pela coragem dos portugueses.
Poucos de nós sabem que as
Filipinas foram conquistadas pelos portugueses e que após a separação da União
Ibérica em 1640, Portugal as entregou à Espanha em troca do sertão brasileiro,
onde estão hoje todo o Centro-Oeste, o Nordeste Ocidental e o Norte de nosso
vasto país.
Conseguimos construir uma
avançada forma democrática e monarquista nos trópicos, com uma evolução
institucional que nos levaria, com o passar do tempo e o amor pelas
instituições a um regime parlamentar semelhante ao da Inglaterra e dos países
mais desenvolvidos do mundo.
Mas a avareza, a cupidez, o
perjúrio e o atraso mental nos levaram ao golpe militar da República, não por outro
motivo, um dos fomentadores deste triste episódio foi Quintino Bocaiúva, que
era filho de mãe Argentina, e quase cedeu o oeste de Santa Catarina e o
sudoeste do Paraná para aquele país em troca do reconhecimento da república
espúria.
Desde então vivemos uma
vergonhosa cartilha de republiquetas latino-americanas, ora com presidentes
populistas, ora com presidentes incapazes, e por fim, nos últimos 13 anos
conseguimos os dois, um presidente ignorante e populista, seguido por sua
criatura, uma presidente boçal, voluntariosa e incompetente.
Sem o parlamentarismo
atávico criado para dar possibilidade de assunção à presidência de João
Goulart, temos hoje um parlamentarismo envergonhado, com um primeiro ministro
que é vice-presidente, um super-ministro que é mais poderoso que a presidente e
um Congresso em pé de guerra governado por dois políticos que têm entre suas características
dominantes o personalismo, a corrupção, a insensatez e a absoluta falta de
republicanismo.
Fazemos passeatas, reunimo-nos
todos na rua pedindo o Impeachment, o retorno dos Militares, e até mais
democracia e mais respeito ao povo e à lei, mas como notícia mesmo nos resta o
fato de que temos uma carga tributária de 36%, como na Suíça, Suécia e Noruega
e serviços públicos da Somália, Etiópia e Líbia.
Os governos estaduais
promulgam leis inconstitucionais que a justiça estadual se nega a prestar
jurisdição, e no Supremo, ah! No Supremo há muitas coisas mais importantes do
que julgar a inconstitucionalidade de pacotaços tributários que violam a ordem
constitucional.
Como diz o prolóquio, um
exemplo vale mais que mil palavras, no Brasil criminoso que entra no território
nacional com passaporte e identidade falsa, se for “amigo dos omi” recebe
refúgio, numa deslavada forma de estimular na população o desapreço pela lei,
pela boa-fé e pelo Direito.
Imagino, o que há nesta terra
de papagaios, que não a repetição sem fim das mazelas, sem que ninguém mova uma
pedra.
Onde estão as instituições
públicas que não reagiram ao IPVA inconstitucional no Paraná, que não reagiram
pela lamentável instituição por resolução de auxílio moradia no TCE do mesmo
Estado, que não reagiram aos escândalos que levam aos palácios?
A notícia evidente é que o Estado
faliu e está ao Deus-dará, é um
salve-se quem puder, não há mais ordem, muito menos progresso, porque a bola
ridícula no meio da nossa bandeira, apenas esconde as armas que construíram
este país, e que lhe foram roubadas, para a instituição de uma República
despida de todo republicanismo!
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