Ontem na Folha de São
Paulo, uma das chamadas de primeira página foi que “Dividido, PT adia manifesto
contra condenações no STF”. Tal chamada é curiosa e mostra bem que a
insistência da mídia escrita de promover Joaquim Barbosa e de afirmar, sem
constatação na realidade, que o brasileiro mudou quando se trata de política,
não se confirma quando analisamos os fatos concretamente.
O Partido
dos Trabalhadores, aquele que se negou a assinar a Constituição da República em
1988, inclusive o seu líder Lula da Silva que era Deputado Federal e que depois
se beneficiaria da Democracia por ela instituída para chegar à Presidência da
República, aquele partido que se negou e se opôs ao Plano Real que permitiu ao
Brasil superar um dos períodos mais devastadores de descalabro financeiro e
econômico, e depois veio a se beneficiar da estabilidade e do crescimento por
ele permitidos, o mesmo partido que na Campanha presidencial de 2002 criticava
asperamente as políticas de inclusão social de FHC como os bolsas que foram
todos unificados e manipulados posteriormente pelo petismo, sim este partido,
queria agora divulgar um texto de defesa dos petistas condenados pelo Supremo
Tribunal Federal.
Mudou o PT,
ou mudamos nós?
O presidente
do PT, Rui Falcão, afirma que legenda tem uma 'avaliação crítica' do
julgamento, o que deveria pressupor um mea
culpa, mas só vai se expressar quando ele terminar porque não se trata de
um reconhecimento dos malfeitos, mas antes, um libelo de defesa dos agora
reconhecidamente criminosos que comandavam o PT!
Sim, o PT
está dividido, e por tal desistiu de divulgar um manifesto contra a atuação do STF
no julgamento do mensalão, porque pega mal para a imagem dos governantes de
plantão e para os demiurgos sempiternos.
A agremiação
de políticos, permitam-me a liberalidade, escroques, pretendia a publicação de
um texto, que atacaria a condenação de petistas como José Dirceu e José Genoino
por corrupção ativa e formação de quadrilha, posto que eles são, efetivamente,
os responsáveis pela tomada, perpetuação e aparelhamento do Estado que vemos
acontecer em nosso país.
Obviamente,
antes da publicação, como o PT é um partido hoje dividido entre dois donos, o
mais recente cálculo, já discutido com Lula e a presidente Dilma Rousseff, é
que não se deve transformar 2013 numa batalha contra o Supremo, nem trazer para
o colo do partido o ônus de uma mobilização que seria impopular e chamaria a
atenção para o completo abandono de qualquer valor moral na política agora
defendida pelo partido.
Os
aloprados, como sempre e nas palavras do próprio Lula da Silva, não gostaram
das ponderações, ainda mais que desejavam os aliados de Dirceu e Genoino, deflagrar
um movimento envolvendo a militância petista contra o tribunal. Por óbvio tal
desiderato retiram do PT os últimos resquícios de moralidade, de seriedade e
tornam possível ao petista autojustificar-se em todas as suas ações que não
sejam ortodoxas do ponto de vista moral, já que instalado o princípio
maquiavélico de que os fins justificam os meios, e desta forma, justificam
qualquer coisa!
De forma
imoral nas últimas semanas, o PT já conteve ataques ao STF para não prejudicar
seus candidatos nas eleições, ou seja, a única preocupação é tomar o Estado. A
principal preocupação era evitar desgastes para Fernando Haddad em São Paulo,
um dos piores Ministros da educação como nunca antes visto na história deste
país e que foi, indulgentemente eleito prefeito da cidade mais importante do
país.
Atacar a
"politização" do julgamento, para passar a mão na cabeça dos amigos
malfeitores, é forma de desconhecer a própria função da Corte Suprema. Para
esconder a mão de gato do partido as eventuais iniciativas contra a decisão do
STF, como campanhas por anistia ou recursos a cortes internacionais, não
deverão ser lideradas pelo PT, e sim pelos réus. Como todos sabemos e já
discutimos neste blog, sim, haverá recurso à Corte Interamericana de Direitos
Humanos e sim, haverá condenação do Brasil e pedido de anulação do processo!
Basta lembrar que o juiz instrutor foi também o relator e votou, e que ministro
absolutamente impedido, participou do processo, que a dosimetria das penas tem
sido feita como um circo, e assim por diante!
Mais vergonhoso,
indecoroso e estapafúrdio é o desejo do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) de
pedir que a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara investigue o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que sustentou a acusação aos
petistas no julgamento. Senhores, se isto acontecer, e não tenho dúvidas de que
acontecerá, o Ministério Público Federal estará impedido de investigar os atos
praticados pelas vestais do PT, ad
aeternum!
Todos estão
em compasso de espera com as últimas notícias de colaboração de Marcos Valério
o que pode trazer o único elemento capaz de reverter essa disposição, e que
consiste na hipótese de o ex-presidente Lula da Silva, finalmente ser
reconhecido como o mandante de um dos maiores crimes políticos já praticados
contra os brasileiros. Se o padrinho tiver que responder por seus desmandos,
até mesmo a presidente Dilma teria de entrar no circuito para defender o
antecessor e por óbvio seu capital político.
De forma
cândida, quase como diria o Toninho malvadeza dos tempos da ditadura, disse o
esquerdista Rui Falcão:
"O PT
não está em julgamento. Quem foi julgado foram alguns militantes do PT. Há uma
tentativa de transformar o julgamento de pessoas em julgamento do partido.
Esclareceu
ainda o presidente da associação petista que não haverá expulsões porque o
artigo do estatuto do PT que prevê a expulsão de filiados que cometerem
"crimes infamantes" não será usado contra os réus do mensalão, o que
confirma sua análise sobre punição no Brasil e que em suas próprias palavras,
só acontece para os pretos, pobre e prostitutas. Como os réus do Mensalão não
se enquadrariam nestas categorias, o PT também não vai puní-los, ou seja o PT
nada mais é que um partido paternalista, clientelista e absolutamente
conservador. E para arrematar, quando questionado se não seria realmente o caso
de aplicar o Estatuto do PT, do alto de sua cátedra infalível afirmou:
"Não se
aplica a nenhum deles. Quem aplica o estatuto somos nós. E somos nós que
interpretamos o estatuto."
Saudades do Stalin!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado porparticipar deste blog, seus comentários são muito importantes para mim e tão breve quanto possível, responderei e tecerei considerações sobre seus comentários!