Getúlio Vargas um demagogo populista
oligárquico, que definia o próprio governo como democracia autoritária (seja lá
o que for isso), legou-nos uma maldição, digo, uma não, muitas, que continuam a
assombrar o país mais de 60 anos após seu suicídio.
Quando do Estado Novo, criou os
sindicatos vinculados ao Ministério do Trabalho, dirigidos pelos pelegos e
controlados rigorosamente pelo Estado via imposto sindical. Durante décadas os
sindicalistas lutaram contra a unicidade sindical e o imposto, marcas
registradas de um movimento operário cooptado e dependente.
Fernando Henrique Cardoso chegou a
suprimir o imposto e decretar o fim da Era Vargas, mas teve de voltar atrás.
Passou-se todo o período Lula da Silva sem sequer tocar no assunto, porque
afinal, controlar sindicatos e pelegos é coisa de demagogo e de perpetuação
política e aparelhamento do Estado.
A grande ironia é que tudo indica,
será o governo do renegado Michel Temer que dará fim ao imposto sindical, a
grande bandeira que as associações de trabalhadores ligadas ao PT defendiam nos
anos 80, mas que os petistas preferiram manter intocado nos 13 anos em que
permaneceram no poder.
É como o MST, sempre lutando pela
reforma agrária, o PT esteve 13 anos no poder e o problema continua tal e qual
estava antes dos governos ditos populares.
O imposto sindical é uma contribuição
obrigatória equivalente a um dia de trabalho por ano cobrada a todos os
celetistas. É um lixo da ditadura Vargas e se torna perigosamente
contraproducente quando colocado ao lado de outro pilar da legislação
trabalhista brasileira que é a unicidade sindical, ou seja, a proibição de
existir mais de uma associação por categoria profissional no mesmo âmbito
territorial. São um convite à ineficiência.
Desta forma, os dirigentes sindicais
já têm assegurada a sua arrecadação sem necessidade de prestar bons serviços
para conseguir filiados e nem sequer ter legitimidade de fato.
A atual configuração do sistema
sindical foi criada pela Carta de 1937 que nunca esteve em vigor, já que o
período de 1937 a 1945 foi um estado de exceção permanente.
Aquela construção trabalhista é
pródiga em gerar sindicatos sem nenhuma representatividade, o que favorece o
peleguismo que ampara o populismo estatista e falso nacionalista de Vargas e do
lulopetismo.
No passado todas as forças de esquerda
eram contrárias ao imposto sindical e à unicidade, mas quando no poder,
imediatamente se aliaram para perpetuar o peleguismo e o populismo.
Vergonhosa a postura da CUT que ainda se
diz contra, mas defende uma tal de contribuição negocial, que seria
rigorosamente a mesma coisa (uma cobrança compulsória imposta tanto a
trabalhadores filiados como aos não filiados), mas que não estaria limitada a
um dia de salário, isto é, que poderia ser até maior, para perpetuar a
dependência do Estado e a criação de entidades ilegítimas que sustentem
estruturas político-partidárias de favorecimento do peleguismo.
O Brasil precisa de uma legislação
trabalhista mais moderna, que começa pelo fim do imposto sindical e da
unicidade, rompendo com o peleguismo e a dependência do Estado.
Os sindicatos devem se legitimar
perante os trabalhadores e viver das contribuições que conseguirem de seus
filiados, porque os representam bem e defendem interesses legítimos de seus
associados.
Estamos 60 anos atrasados em romper
com o espólio de Vargas. Vergonhoso foi o ressuscitar, inclusive de
simbolismos, do velho caudilho pelo lulopetismo, que nos levou ao fundo do poço
e nos condena ao passado e ao atraso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado porparticipar deste blog, seus comentários são muito importantes para mim e tão breve quanto possível, responderei e tecerei considerações sobre seus comentários!