A Folha divulgou
conversa entre Romero Jucá e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro em 23
de maio e desde então, mais uma vez, se coloca o governo de Michel Temer contra
a parede.
Segundo
o “furo de reportagem” a Folha teria revelado que, em conversa de março com o
Sérgio Machado, Jucá teria sugerido que uma "mudança" de governo
poderia levar a um pacto entre governo, Supremo e Legislativo para
"estancar a sangria" causada pela Operação Lava Jato.
Jucá
confirmou a conversa com Sérgio Machado, ao contrário do que acontecia no
governo de Lula e Dilma, e teve a coragem de afirmar que era amigo. "O
ex-senador Sérgio Machado, a quem considero amigo, foi à minha casa numa manhã,
na hora do café da manhã, e me procurou para conversar".
A
conversa, que foi gravada sem o conhecimento de Jucá, teria ocorrido semanas
antes da votação na Câmara dos Deputados que aprovou a autorização do processo
de impeachment da presidente Dilma.
Ocorre
que, diferentemente de Delcídio do Amaral, de Dilma e de Lula, Jucá nunca
praticou qualquer ato que pudesse ser tomado como ingerência ou tentativa de
“melar” a operação Lava Jato. Ora, na conversa no Roda Viva em 16 de maio,
Delcídio em dada altura diz que seu agir era político, que para o bem e para o
mal, tal agir tem um código próprio que muitas vezes é incompreensível para o
cidadão.
Não
se trata aqui de defender Jucá. Sequer de defender uma postura de acordão mas, lendo a conversa entre este
e Sérgio Machado não vislumbro qualquer tentativa, ou qualquer plano de ação
que pudesse interferir na operação que “passa a limpo” o Brasil. Muito
provavelmente qualquer político, no momento e nas circunstâncias que vivia Jucá
naquele momento, faria discurso semelhante, sem que isso efetivamente
significasse qualquer interferência.
No
diálogo Machado diz a Jucá que novas delações na Lava Jato não deixariam
"pedra sobre pedra" e que seria necessário "montar uma
estrutura" para que a investigação contra ele, Machado, não fosse para o
juiz Sérgio Moro. Ora, isto poderia ser um pleito de Sérgio Machado, que
acredito esteja com muito medo das investigações, mas o que poderia ter dito
Jucá a ele?
Quando
Jucá responde a Machado que seria necessária uma “ação política" sugerindo
que uma mudança do governo poderia trazer um quadro favorável, isto não quer
dizer que ele tenha o poder, tenha a intenção ou interfira para tal mudança.
Mostra apenas um político articulado, inteligente e capaz de perceber a
intenção do outro e de responder o que o outro quer ouvir. Onde está na mudança
de governo a transformação do quadro investigativo? Qual a interferência?
Dizer
que a mudança de governo serviria para estancar a sangria é mais que tudo um
discurso para os ouvidos de Sérgio Machado, e para e economia interna do meio
político, no entanto, não se vê que Jucá tenha a intenção ou o poder de
interferir na Lava Jato.
Neste
momento, a conversa entre Jucá e Machado é mais um factoide político voltado
para o emparedamento do Governo Temer, como o caso do Ministro da
Transparência, ligado a Renan, e fazer o Brasil permanecer em crise política,
que contamina de forma imperdoável a economia e a sociedade.
Não
se trata de proteger ou defender Romero Jucá, mas vamos ser honestos, se há
crime, estes estão sendo investigados pela Lava Jato, e não vejo no horizonte
ninguém com poder para frear os “meninos de ouro” do Ministério Público Federal
em Curitiba, nem qualquer político com um mínimo de sanidade pensar que pode
intimidar Sérgio Moro.
O
resto é discurso para vender jornal e tentar desestabilizar o governo Temer!
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