Arnaldo Jabor é hoje um colunista e
escritor que tem encontrado muita receptividade nos meios mais conservadores da
sociedade brasileira, e independente do que pensa, seu direito à liberdade de
expressão deve ser defendido até à morte (Voltaire).
Pois bem, tem sido divulgado por
vários meios que no dia 12 de outubro de 2006, um ministro do TSE ordenou que a
Rádio CBN retirasse de sua página na internet a coluna de Arnaldo Jabor datada
de dois dias antes.
Naquele momento a sentença do juiz
assim justificava a ofensa a direito fundamental da cidadania: ‘O comentário
impugnado na petição inicial pode ter contrariado a legislação eleitoral. Como
medida de natureza cautelar, determino liminarmente sua retirada da página da
Representada na rede mundial de computadores e de todas as suas afiliadas’.
Por que voltar a esta discussão?
Porque hoje, qual de nós é capaz de separar de maneira clara, objetiva e
instantânea o que é verdade e o que é boato na internet?
Qual a relevância de uma sentença
inconstitucional prolatada há mais de 10 anos?
O que nos faz voltar àquele fato é que
em abril o PT pretende lançar Luiz Inácio Lula da Silva novamente à presidência
da república, e teremos novamente no horizonte o risco de virmos a ser
governados por um grupo que busca assaltar o poder e aparelhar o Estado.
Hoje o texto escrito por Jabor em
outubro de 2006 parece profético, quando na realidade ele era apenas uma visão
clara, lúcida do que se avizinhava no horizonte, demonstrado bem pela Lava Jato
toda a falácia que obnubilava a compreensão do que foi o regime lulo-petista.
Naquele momento o juiz determina o
amordaçamento de um colunista porque julga que pode ter infringido a legislação
eleitoral. Ora, se pode ter, pode não ter, na dúvida há que se decidir pro reo.
Mas o PT estava no auge de seu poder,
superado um escândalo monumental que foi o mensalão, muitos ministros tinham
sido defenestrados e mesmo assim, o judiciário se dobrou, ajoelhou-se ao
déspota de plantão e cassou a voz que ousava dizer que o “rei estava nú”!
Naquele momento o Ministro Ari
Pargendler determinou a retirada do texto da página da CBN e de todas as suas
afiliadas porque considerou que o comentário de Jabor favorecia o candidato de
oposição Geraldo Alkmin.
Vamos reconhecer que o judiciário e o
PT julgaram Arnaldo Jabor muito mais influente e muito mais poderoso como
formador de opinião, do que se pudesse a primeira mão acreditar.
A denúncia que o colunista fazia de
que vivíamos sob um choque de socialismo deformado, num populismo estatista,
num getulismo canhestro e tardio que nos trouxe até o fundo do posso onde nos
encontramos, serve bem para nos alertar que o risco de voltarmos a este
pesadelo existe,
Assim, a verdade dos fatos não se
impôs, e vivemos ainda 10 anos sob a insensatez, sob a ameaça constante de uma
nova lei de imprensa, “mais popular e democrática” como aquelas que vigeram no
leste europeu depois de 1945.
A censura é uma das pragas das quais
nos julgávamos livres com a Carta de 1988, uma garantia fundamental que ousávamos
crer havíamos conquistado, mas bastou a ascensão de um líder carismático ao
poder, para que ela mostrasse sua cara!
Para evitar retrocessos, nós
brasileiros, precisamos abandonar o sebastianismo próprio de nossa herança
ibérica, precisamos lutar pela liberdade de imprensa, nunca conquistada em sua
plenitude, e nunca esquecer que: A Censura é inconstitucional!
*- Texto originalmente publicado no jornal Diário dos Campos, na coluna: pensar sem medo.
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