Ian Morris escreveu o livro
“Guerra: o horror da guerra e seu legado para a humanidade” editado pela Leya
em 2015, uma leitura que todos nós deveríamos fazer para entender a dinâmica do
estado e do político.
Na página 54 ele faz a seguinte
afirmação: “A longo prazo, os governos só sobrevivem se os governantes aprendem
quando devem parar de roubar, e também quando devem devolver um pouco. (...)”.
Então, segundo Mancur Olson
citado por Morris, os governantes são bandidos estabelecidos, que teriam a
capacidade de perceber o limite que podem roubar das riquezas de seus
explorados e ainda devolver-lhes algumas migalhas como serviço público.
No Brasil estamos vendo a
falência do Estado, em segurança, em saúde, em educação, em infraestrutura,
enfim, os governantes acabaram por rapinar a riqueza da sociedade acima do
limite que lhes permite governar com legitimidade.
Estado falido só permite duas
possibilidades: 1. Reduzimos o Estado para que possa viver com o que rouba da
população ou 2. Roubamos mais, criando novos impostos, aumentando alíquotas e
carga tributária.
Ora, nós brasileiros somos
responsáveis pelos bandidos que escolhemos para nos governar, se sabemos que
Renan, Sarney, Cunha, Jucá e outros são corruptos, por que estão sempre entre
os eleitos para os cargos mais relevantes da República?
Agora, com as várias tratativas
para a ajuda aos estados falidos, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), afirmou terça-feira (21) que o novo programa de recuperação
proposto pelo governo federal enfrentará dificuldades para obter aprovação no
Congresso Nacional.
Por que tal projeto de lei cria
um programa desenhado àqueles em grave situação financeira, como o Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, e foi enviado pelo Ministério da
Fazenda para a Casa Civil e depois ao Congresso.
"Nós temos um
problema", disse o presidente da Câmara. "A gente sabe que é difícil,
não adianta a gente negar. Mas o nosso papel é dialogar e encontrar um
caminho." Todos lembramos que no Governo Requião, as alíquotas de
telecomunicações, combustíveis e energia elétrica foram elevadas às alturas,
porque as alíquotas de uma cesta de produtos seriam rebaixadas.
Pois bem, não só aquelas foram
ainda mais elevadas posteriormente, como as que foram rebaixadas voltaram à
alíquota geral de ICMS, bem como agora se propõe o fim de todos os incentivos
fiscais, redundando numa espiral infinita de aumento da carga tributária.
Segundo a Câmara, o principal
entrave está nas contrapartidas que o governo federal quer e deve exigir dos estados
para que eles tenham o pagamento de suas dívidas suspenso por até seis anos são
as exigências do controle rigoroso de despesas, as privatizações e a elevação
da contribuição previdenciária dos funcionários. Mas o governador de Minas
Gerais do PT já se colocou frontalmente contra as privatizações, apesar de
estar penando para pagar a folha.
A Câmara quer estabelecer metas
de ajuste fiscal para os estados, mas deixar com que cada um defina a melhor
forma de cumpri-las, sem a obrigação de cumprir todas as exigências.
É o mesmo que dizer, olha,
vamos ajudar vocês, permitir que se endividem mais, deixar suas dívidas
sobrestadas e apesar de sabermos que vocês administram mal, acreditamos que o
susto funcionou.
Sinceramente, acredito que a
discussão que falta é como diminuir o Estado e como reformar o sistema político
para termos bandidos estabelecidos um pouco mais esclarecidos e que roubem
menos a sociedade.
*- Texto
originalmente publicado no jornal Diário dos Campos, na coluna: pensar sem medo.
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