O Estado é percebido pela
população brasileira como aquele padrasto todo poderoso, que basta pedir, para
que ele prometa fazer, mas que quando faz, o faz mal e no final arruma um jeito
de passar a conta.
O Estado Liberal nasceu com a
obrigação de garantir os contratos e de assegurar liberdades políticas e
econômicas. Estas dimensões criavam a necessidade de uma ordem jurídica que
limitasse a interferência das instituições na vida privada do cidadão e
permitisse o desenvolvimento sadio da sociedade.
No entanto, com o advento da
Guerra Fria entre os EUA e a URSS surgiu a necessidade de dar um viés diferente
ao Estado, de legitimá-lo de forma diversa, para suportar o discurso marxista
da ditadura mais brutal da história da humanidade, suplantando em seus
malfeitos, aqueles dos regimes fascistas que ajudou a derrotar.
Nascia assim o Estado de
bem-estar social, que tinha por função a construção de um arcabouço jurídico
institucional para “domesticar as leis” de mercado. Ganham projeção as ideias
intervencionistas de Keynes, sobrepondo-se às ideias da Escola de Viena, com um
aparente abandono de Hayek.
Ora, todos sabemos como acabou
o Estado de bem-estar social. Utilizando-se de forma desmedida de suas
políticas anticíclicas e da intervenção do Estado na economia, acabou por
bagunçar a segurança jurídica e produzir déficits astronômicos e direitos que
não podem ser bancados por uma sociedade explorada até seu limite.
O exemplo cabal de que o Estado
Social de Direito é uma visão dantesca é o que se sucede no Brasil lulopetista.
Tivemos inflação alta, recessão, déficits públicos astronômicos, estado voraz e
insegurança jurídica.
Os estados que declararam
calamidade financeira, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul e agora
o colapso da segurança pública no Espírito Santo, são exemplos acabados de como
somos muito limitados na compreensão de que o Estado deve ser o menor possível
e o mais garantidor possível das liberdades.
Se queremos que o Estado banque
escola, universidade, médicos, hospitais, remédios, estradas, igrejas,
exército, segurança, turismo, indústria, telefonia, comunicações, é óbvio que
ele tem de ser ciclópico, gigantesco, balofo e ineficiente.
Não podemos esquecer que a
burocracia tem sempre em si uma capacidade imensa de criar dificuldades para
vender facilidades e se auto reproduzir. Não há órgão estatal que não crie as
próprias condições necessárias e suficientes de sua expansão e reprodução.
Trump pode ser um político que
não tem refinamento, qualidades morais, experiência social, mas é alguém que
denuncia a corrupção do modelo de fundação dos EUA ao exigir menor taxação da
sociedade, redução do Estado e cumprimento dos contratos. Não fosse seus erros
contra o liberalismo econômico, poderia fazer uma revolução para resgatar a
legitimidade do Estado Liberal.
Na atual conjuntura histórica
do Brasil, o que devemos nos perguntar é: Estado, que Estado? Não queremos um
Estado que nos diga o que devemos comer, onde devemos ir, que nos policie, que
nos assalte todos os dias, queremos só um Estado que nos garanta a liberdade de
contratar, de fazer política, de crescermos economicamente, sem o risco de
sermos encurralados e mortos porque a polícia resolveu fazer greve.
Chega de Estado, queremos mais
Sociedade.
*- Texto
originalmente publicado no jornal Diário dos Campos, na coluna: pensar sem medo.
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