quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Topa tudo por dinheiro





Não é à toa que o Presidente Bolsonaro e sua tropa de metralhas, 01, 02 e 03 são assíduos frequentadores dos programas e dos repórteres do SBT. Na realidade essa frequência nada mais é que a corroboração do show “Topa tudo por dinheiro” criado por aquele canal de televisão.
O que temos visto de disputas entre o Presidente da República e o Presidente do seu partido, o PSL, nada mais é que a disputa por R$ 110 milhões do fundo partidário. Dinheiro público que é distribuído às agremiações políticas como consolação para o fim do financiamento de campanhas pelas pessoas jurídicas.
É apenas um vale tudo por dinheiro. É um constrangimento público, uma rinha de galos por espaço num partido nanico que emprestou sua estrutura para a vitória de um candidato inexpressivo do baixo clero da Câmara.
Como a história nos ensina, há que entender que existem certas condições estruturais que tornam possível o aparecimento de demagogos. O Brasil mimetiza neste alvorecer do século XXI, os anos 1920-1930 da Europa.
Tanto naquele tempo como agora, os demagogos surgem das mais variadas formas. Vão desde populistas sem crenças fundamentais genuínas a ideólogos de diversas convicções políticas. No caso do Brasil, temos um demagogo sem crenças fundamentais, manipulador de uma rede de “fake News” só agora denunciada pela sua ex-líder no Congresso. Enquanto estava no comando da liderança calou-se, agora confirma o que todos já sabiam. Os filhos do presidente são os milicianos da Internet que espalham falsas notícias e ataques no mundo virtual.
Sabemos também que muitos destes atores políticos são racionais, outros irracionais. O nosso presidente é irracional, busca de forma intuitiva o conflito para chegar ao objetivo de desmantelar e dominar as instituições em proveito exclusivo de seus filhos.
Com sua irracionalidade, seu agir se caracteriza por uma personalidade que sempre busca e leva a soluções crescentemente mais extremas e conflituosas, que não sabem onde parar, plantando assim a semente da autodestruição, carregando consigo as instituições do Estado e a harmonia da sociedade.
Muitos destes demagogos estão entre aqueles que acreditam que qualquer acordo que não seja tático é nocivo. É o caso do nosso presidente. Para derrubar o Delegado Waldir e passar para seu filho a liderança do PSL, num golpe de mão bastante imoral, colocou seu Ministro-Chefe de Governo para tecer um acordo com o presidente do partido, com a renúncia do líder e a escolha de um terceiro nome, e quando esta se operou, mais que depressa traiu os acordos para conseguir emplacar o filho na liderança e tentar assim, tomar as rédeas do partido.
A linguagem comum dos demagogos populistas, seu estilo e sua alegação ordinária de que são outsiders que representam os interesses reais do povo ocultam sempre o tipo de demagogo que provavelmente se tornarão. Importante entender que alguém que ficou 28 anos no Congresso, que fez dos filhos políticos da velha estirpe, e que bradou para quem quisesse ouvir que se não ganhasse as eleições era pela existência de fraude, não é diferente, nem está fora do sistema político. Antes disso é expressão necessária do sistema em que foi eleito.
Por essas e por outras razões é que vivemos um “Vale tudo por dinheiro” protagonizado pelo primeiro mandatário da nação e sua família. O problema é que não sabemos em quem ele se transformará: num Hitler, num Franco, num Lenin ou num Salazar,
É por isso que devemos nos manter vigilantes, alertas e recusando dar ibope a este medonho show de horrores. Resistir!

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