terça-feira, 29 de maio de 2018

Acordo, que acordo?





O (des)governo federal anunciou que o “acordo” firmado entre os caminhoneiros e a União estava concluído e que agora o que se espera é bom senso e o retorno da categoria ao trabalho.
Ocorre que não existe qualquer acordo! Na realidade o governo da União capitulou absolutamente frente ao “locaute” promovido pelas empresas de transportes. E capitulou não só vergonhosa e totalmente, como sem sequer conseguir manter as aparências de ter forças para fazer valer o direito de a sociedade brasileira ser atendida em suas necessidades.
Não há greve de caminhoneiros. O que há é um colapso da economia e um excesso de oferta de um serviço que como todo o resto da economia brasileira apresenta uma redução da demanda e por consequência uma retração do tamanho do setor e dos preços de seu serviço.
Não há no Brasil dados seguros sobre a demanda de serviços de transporte, sobre a sua oferta e o que está acontecendo com o setor. Não há planejamento, não há estatísticas confiáveis, não há estudos sobre a viabilidade de modais alternativos.
A sociedade brasileira está refém de um setor empresarial que provocará necessariamente a concentração do mercado, a progressiva supressão dos transportadores autônomos, e como repetidas vezes em nossa história, a privatização de lucros e a socialização do prejuízo.
Sim, governador Márcio França, os caminhoneiros estão pagando para trabalhar, mas isto é porque o governo lulo-petista levou o nosso país para a maior recessão de nossa história. Nossa economia está estagnada! A responsabilidade desse escandaloso desastre é a política econômica implementada de 2005 a 2016. Falta de responsabilidade, falta de planejamento, corrupção e insanidade.
Mas não são só os motoristas que estão pagando a conta do colapso econômico da famigerada Nova Matriz Econômica. Há, não podemos nunca esquecer, 13 milhões de desempregados. A “greve” dos caminhoneiros não ajuda estes desvalidos, aliás, a paralização só fará aumentar o desemprego, estagnar ainda mais a economia e levar desalento, desesperança e sofrimento para um número ainda maior de lares brasileiros.
Não, não há motivos para apoiar a autoproclamada greve dos caminhoneiros. Hortifrutigranjeiros apodrecem no campo e as famílias deles dependentes passarão fome. Granjas estão sacrificando pintainhos. Mercadorias estão deixando de circular e ser produzidas. Mais pessoas perderão o emprego. O Brasil ficou refém de um grupo de vândalos que convenceu um bando de inocentes úteis, os motoristas autônomos, que estão fazendo a coisa certa. Mas, não estão.
O governo do Paraná chegou a anunciar destinar mais créditos para a aquisição de caminhões. Será que não há ninguém preparado para perceber que o problema é exatamente o excesso de oferta do serviço numa economia em retração? Será que não há ninguém preparado para dizer o que vivemos de verdade, que temos um “Locaute”? Será que não há ninguém preparado para avisar que se solidarizar com aqueles que sequestram os direitos da sociedade brasileira é escarnecer desses direitos, das garantias e da felicidade do cidadão?
Não há solução para a “greve”, porque ela não é uma greve, é uma chantagem de grandes setores empresariais dos transportes contra um governo fraco e incapaz. Sequestraram os direitos da sociedade brasileira e as instituições estão expondo toda a sua incapacidade de administrar a coisa pública.
Desculpem-me a sinceridade! Mas isso que está aí não é acordo! Isto que está aí é chantagem, sequestro! E isso é CRIME!



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