segunda-feira, 13 de abril de 2015

Notícias da Terra dos Papagaios






O Brasil já teve, entre seus nomes de batismo, o de Terra dos Papagaios, que em latim soava muito bonito: terrae papagalli.
Mas teve como bem sabemos o nome de Ilha de Santa Cruz, Terra de Vera Cruz e por fim, o nome da madeira que se tornou o objeto da cobiça das nações europeias pela tintura rubra que produzia, Brazil.
Tivemos uma evolução histórica suis generis para um país construído do nada. Muitas vezes vemos incautos brasileiros defendendo que o Brasil era dos índios. Temo que tal não seja uma verdade histórica.
Quando os portugueses aqui aportaram, encontraram mais de 3.000 diferentes nações indígenas, todas em luta umas com as outras e nenhuma delas tinha sequer a noção da dimensão continental da terra que ocupavam. Outra falácia é a de que viviam em harmonia com a natureza. Para começar a natureza não vive em harmonia, mas em conflito constante, numa luta desenfreada pela vida, pelo alimento, pela segurança.
Nossos índios viviam ainda na Idade da Pedra Lascada porque as escolhas civilizacionais que fizeram estavam marcadas para fracassar como tentativa de evolução tecnológica, e assim, queimavam e destruíam florestas, exploravam a terra até a exaustão e quando não mais era possível plantar alimentos de subsistência, invadiam novas terras e repetiam o processo.
Neste vagar pela terra dos papagaios estavam sempre em conflito aberto com seus irmãos de matriz linguística e os assavam, principalmente os mais valentes e bravos para incorporar as qualidades de seu espírito guerreiro.
Depois, muito depois, criou-se uma língua geral na terra, misturando elementos tupi, gê e portugueses, donde o surgimento do nhengatu, que sobreviveu até a reforma pombalina de 1755, quando então o português se impôs como a língua oficial do vasto território unido pela coragem dos portugueses.
Poucos de nós sabem que as Filipinas foram conquistadas pelos portugueses e que após a separação da União Ibérica em 1640, Portugal as entregou à Espanha em troca do sertão brasileiro, onde estão hoje todo o Centro-Oeste, o Nordeste Ocidental e o Norte de nosso vasto país.
Conseguimos construir uma avançada forma democrática e monarquista nos trópicos, com uma evolução institucional que nos levaria, com o passar do tempo e o amor pelas instituições a um regime parlamentar semelhante ao da Inglaterra e dos países mais desenvolvidos do mundo.
Mas a avareza, a cupidez, o perjúrio e o atraso mental nos levaram ao golpe militar da República, não por outro motivo, um dos fomentadores deste triste episódio foi Quintino Bocaiúva, que era filho de mãe Argentina, e quase cedeu o oeste de Santa Catarina e o sudoeste do Paraná para aquele país em troca do reconhecimento da república espúria.
Desde então vivemos uma vergonhosa cartilha de republiquetas latino-americanas, ora com presidentes populistas, ora com presidentes incapazes, e por fim, nos últimos 13 anos conseguimos os dois, um presidente ignorante e populista, seguido por sua criatura, uma presidente boçal, voluntariosa e incompetente.
Sem o parlamentarismo atávico criado para dar possibilidade de assunção à presidência de João Goulart, temos hoje um parlamentarismo envergonhado, com um primeiro ministro que é vice-presidente, um super-ministro que é mais poderoso que a presidente e um Congresso em pé de guerra governado por dois políticos que têm entre suas características dominantes o personalismo, a corrupção, a insensatez e a absoluta falta de republicanismo.
Fazemos passeatas, reunimo-nos todos na rua pedindo o Impeachment, o retorno dos Militares, e até mais democracia e mais respeito ao povo e à lei, mas como notícia mesmo nos resta o fato de que temos uma carga tributária de 36%, como na Suíça, Suécia e Noruega e serviços públicos da Somália, Etiópia e Líbia.
Os governos estaduais promulgam leis inconstitucionais que a justiça estadual se nega a prestar jurisdição, e no Supremo, ah! No Supremo há muitas coisas mais importantes do que julgar a inconstitucionalidade de pacotaços tributários que violam a ordem constitucional.
Como diz o prolóquio, um exemplo vale mais que mil palavras, no Brasil criminoso que entra no território nacional com passaporte e identidade falsa, se for “amigo dos omi” recebe refúgio, numa deslavada forma de estimular na população o desapreço pela lei, pela boa-fé e pelo Direito.
Imagino, o que há nesta terra de papagaios, que não a repetição sem fim das mazelas, sem que ninguém mova uma pedra.
Onde estão as instituições públicas que não reagiram ao IPVA inconstitucional no Paraná, que não reagiram pela lamentável instituição por resolução de auxílio moradia no TCE do mesmo Estado, que não reagiram aos escândalos que levam aos palácios?
A notícia evidente é que o Estado faliu e está ao Deus-dará, é um salve-se quem puder, não há mais ordem, muito menos progresso, porque a bola ridícula no meio da nossa bandeira, apenas esconde as armas que construíram este país, e que lhe foram roubadas, para a instituição de uma República despida de todo republicanismo!

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